A vida de cada um de nós é feita por etapas. Umas de que nos orgulhamos e não nos cansamos de repetir “valeu a pena”; outras – a maioria – que passam sem deixar rasto e que depressa armazenamos em baús de esquecimento.
Quando acabei o curso de Engenharia Mecânica, tive algumas propostas de trabalho, em mais que uma empresa. Mas não era isso o que eu queria.
Sonhava ser professor! Propor aos meus alunos uma outra forma de ensinar. Transmitir-lhes a minha paixão pela mecânica não através de fastidiosas exposições livrescas, mas pelo manuseamento direto. Levá-los a um patamar do entendimento onde
a experiência, a construção, a montagem e desmontagem fossem os principais alicerces da disciplina.
Hoje, já não sou professor. Entretanto outras portas se foram abrindo, onde a minha paixão pela mecânica me levou a diversas formas de realização. Mas continuo e continuarei sempre ligado, agradecido e disponível à Escola Profissional da Ilha de São Jorge que de braços abertos sempre me recebeu.
No presente, através dos estágios profissionais, acolho alunos que nessa escola concluem os seus cursos e proponho-lhes saídas, não esquecendo que nunca se chega a lado nenhum enquanto não houver uma primeira porta que se abra.
A aprendizagem resulta de múltiplos e complexos processos que influenciam o comportamento do Homem durante todo o seu percurso de vida.
Aprendemos sozinhos e com os outros em todos os momentos e ambientes; em casa, na escola, no trabalho… Esta aprendizagem que nos acompanha durante toda a nossa existência desenvolve-se a vários níveis – pessoal, profissional, social e deve ser encarada como aprendizagem em constante formação.
A importância da Formação em Contexto de Trabalho (FCT) assume-se hoje como uma mais valia poderosa na construção de competências que integrem simultaneamente os conhecimentos, as aptidões e as atitudes.
O mundo empresarial fica a ganhar quando envolve nas suas empresas, formandos que já iniciaram um percurso profissional, através dos estágios de FCT uma vez que estes:
– Estreitam ligações entre escolas e empresas;
– Elevam os níveis de qualificação profissional;
– Criam condições para a formação em contextos reais de trabalho;
– Aumentam a empregabilidade e a melhoria das condições de vida e da comunidade.
É esta a experiência que tenho vivenciado entre a Escola Profissional da Ilha de São Jorge e a empresa EDA (Eletricidade dos Açores), onde trabalho. Vários jovens desta escola profissional têm passado pela empresa, em estágios que assentam essencialmente em metodologias práticas, de onde resulta quase sempre, uma formação em contexto ativo e reflexivo.
Esta dinâmica formativa tem por isso permitido uma aprendizagem mais integrada, possibilitando ainda a entrada direta no mercado de trabalho, ajudando, por um lado, a construir projetos de vida